Prefeitura de São Paulo usará IA para identificar carros roubados.

A tecnologia avança rapidamente e sua aplicação em segurança pública cresce junto com isso. Nesse sentido, a Prefeitura de São Paulo irá adotar um sistema de Inteligência Artificial (IA) para identificar carros roubados, algo que promete fortalecer a segurança na cidade.

Portanto, iremos explorar o funcionamento desse sistema e também os benefícios que o mesmo proporciona. Em conjunto a isso, discutiremos os cuidados necessários, bem como o potencial da medida da Prefeitura de São Paulo se tornar tendência em outras cidades.

Entenda o uso de IA pela Prefeitura de São Paulo para identificar carros roubados

A Prefeitura de São Paulo firmou, recentemente, uma parceria estratégica com o governo federal. Sendo assim, o objetivo é usar o sistema Córtex, que o Ministério da Justiça desenvolveu, para otimizar a identificação de veículos roubados. Esse sistema acessa dados de trânsito, boletins de ocorrência, registros de CPF e diversas outras bases integradas.

Desse modo, com a ajuda do Córtex, o Smart Sampa, que é a central de monitoramento da capital que conta com 20 mil câmeras espalhadas pela cidade, irá ganhar um poderoso reforço.

Em tal sentido, desse total, cerca de 4 mil câmeras já contam com reconhecimento de placas. Tais câmeras poderão acessar diretamente o banco de dados do sistema federal com o intuito de identificar veículos com registros de roubo ou furto.

A tecnologia empregada combina OCR (reconhecimento óptico de caracteres) e IA. Ou seja, assim que se identificar um veículo roubado, a central enviará um alerta à Guarda Civil Metropolitana (GCM). Por sua vez, a equipe poderá realizar a abordagem do condutor e recuperar o veículo.

Juntamente com a otimização da busca por veículos roubados, a parceria pode se expandir para outras funcionalidades do Córtex. Entre elas estão a identificação de pessoas com mandados de prisão, desaparecidas ou com condenações criminais. Isso reforça o potencial da integração entre sistemas de dados na segurança pública.

A GCM irá receber um aviso da central do sistema de Inteligência Artificial quando um carro roubado for identificado e poderá realizar o processo de recuperação.
A GCM irá receber um aviso da central do sistema de Inteligência Artificial quando um carro roubado for identificado e poderá realizar o processo de recuperação. | Foto: DALL-E 3

Benefícios desse uso da IA

O uso de IA pela Prefeitura de São Paulo no combate ao roubo de veículos traz inúmeros benefícios, tanto para a segurança pública quanto para os cidadãos. A seguir, destacamos alguns deles: 

  • Agilidade na identificação de veículos roubados: a tecnologia utiliza reduz significativamente o tempo de resposta ao localizar um veículo roubado. Isso aumenta as chances de recuperação antes que o automóvel seja desmontado ou levado para outra região;
  • Redução de custos operacionais: com a integração de sistemas e uso de câmeras inteligentes, a necessidade de patrulhas manuais para busca de veículos diminui. Isso permite uma alocação mais eficiente de recursos humanos;
  • Aumento da sensação de segurança: para a população, saber que a cidade adota tecnologias avançadas para combater crimes pode melhorar a percepção de segurança. Esse fator é crucial em grandes metrópoles como São Paulo;
  • Prevenção de outros crimes: o sistema não se limita à identificação de veículos. Ele pode identificar, por exemplo, indivíduos procurados pela justiça, contribuindo para a captura de criminosos e a redução da criminalidade;
  • Expansão da infraestrutura tecnológica: a parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o governo federal incentiva o investimento contínuo em tecnologia. Isso cria uma base sólida para o desenvolvimento de outras soluções no futuro;

Cuidados necessários com esse uso da IA

Apesar dos benefícios, o uso da Inteligência Artificial na segurança pública exige cautela, sendo importante que se tomem alguns cuidados. Na sequência, listamos medidas que se fazem necessárias:

  • Proteção de dados e privacidade: o acesso a informações sensíveis, como dados de trânsito e CPF, precisa seguir normas rigorosas de proteção de dados. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deve ser aplicada de forma plena, garantindo que os dados dos cidadãos não sejam usados indevidamente;
  • Redução de erros e falsos positivos: sistemas de reconhecimento de placas e rostos podem apresentar falhas, como identificar erroneamente veículos ou pessoas. É crucial que a tecnologia seja continuamente aperfeiçoada para evitar situações que prejudiquem cidadãos inocentes;
  • Transparência no uso da tecnologia: a população deve ser informada sobre como os dados são coletados e utilizados. Além disso, mecanismos de controle e auditoria devem ser implementados para garantir que o sistema seja usado exclusivamente para fins de segurança;
  • Treinamento das equipes de segurança: a efetividade do sistema depende do preparo das equipes da Guarda Civil Metropolitana. Treinamentos frequentes são essenciais para que os agentes saibam lidar com as informações que a Inteligência Artificial irá fornecer;
  • Monitoramento e avaliação contínuos: a Prefeitura de São Paulo deve acompanhar de perto os resultados da integração com o sistema Córtex. Devem-se fazer ajustes e melhorias com base em análises de desempenho;

A medida da Prefeitura de São Paulo pode se tornar tendência?

A adoção da IA pela Prefeitura de São Paulo tem grande potencial para influenciar outras cidades no Brasil e no mundo. Nesse sentido, o sucesso da iniciativa dependerá de sua execução prática e dos resultados que alcançar.

Sendo assim, cidades que enfrentam altos índices de roubo de veículos podem ver na experiência de São Paulo um modelo que podem seguir. Em paralelo, é possível replicar a parceria entre governos municipais e federais em outros contextos, utilizando sistemas integrados como o Córtex.

Juntamente com isso, o avanço tecnológico na segurança pública é uma tendência em todo o mundo. Governos em diversas partes do mundo já utilizam Inteligência Artificial para monitorar áreas urbanas, prevenir crimes e otimizar recursos. Ou seja, o exemplo de São Paulo pode servir como inspiração para aprimorar a segurança em regiões metropolitanas e em cidades menores.

Por outro lado, a implementação de sistemas de IA exige investimentos significativos em infraestrutura e treinamento. Nem todas as cidades terão condições de adotar uma solução semelhante no curto prazo. Apesar disso, a disseminação dessa tecnologia pode acelerar à medida que os custos diminuem e os benefícios se tornam evidentes.

Em resumo, a iniciativa da Prefeitura de São Paulo representa um marco importante no uso de tecnologia para a segurança pública. Com uma execução bem-sucedida, ela pode se tornar referência e incentivar uma transformação tecnológica em todo o país.

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